terça-feira, 9 de junho de 2009

Super-Herói

Minha mãe não tem música. Não tem poesia, não tem um verso sequer.

Quando ouço Celine Dion, Because you loved me, ligo pra ela de onde estiver, pra que ouça comigo.

Quando leio sobre definições de amor utópico, copio e colo num email, e mando pra ela. Não sou muito de melar. Escrever longas cartas, fazer declarações... é meu jeito. Eu gosto, é de Verdade. Romantismo me deixa nervosa. Parece maquiagem.

Perguntei ao meu amigo Cassio o que é que se dá de presente a um Super-Herói; a alguém que tenha interferido em 'tal' momento da nossa vida, de 'tal' forma que, depois daquilo, ninguém a nossa volta possa negar: "não tivesse sido aquele herói, não haveria mais história pra viver. Só pra contar."

Ele sugeriu: um presente eterno.

Na ocasião do 54o. aniver da mulher da minha vida, como ela não é de ferro, ganhou também umas bobagenzinhas para uso pessoal.

Mas como até Jóias, se pode perder por aí...

o presente eterno que dei à minha maior Inspiração, foi dor.

Dessa vez, dor só em mim,
pra que Ela seja lembrada ainda mais vezes,
por ainda mais gente.

Por mais de 1350 dias de abraço ininterrupto, na noite mais escura de nossas vidas e perplexidade diante de questionamentos obtusos ("como é que se anda em linha reta?"), não preciso conhecer de tudo pra jurar por Deus que

minha mãe não tem música. Não tem poesia...


não existe um verso sequer que a mereça.


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