domingo, 2 de agosto de 2009

Aniversário no. 28

"Sabe, Aninha

o cristal, ele quebra mais fácil

mas todo mundo paga mais caro por ele".


O dia em que eu enxergar essa pessoa que os amigos presentes descreveram na minha nova linda cozinha

eu vou ficar insuportável!


Reitero meu maior desejo, ao partir o bolo:
que as pessoas que eu amo, todas

morram de velhas.

(...)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Invasão de Manancial

Eu conheci um homem que sofreu demais.


Até uma barata corre, se você tenta feri-la. Inteligentemente, a psique humana se auto-imuniza contra os venenos que ela detecta, por experiência, que têm o poder de feri-la.


Este homem aprendeu que não vale a pena amar. De uma forma ou outra, o Destino – a quem alguns chamam de “Deus” – arranca-nos o que é mais precioso, parecendo não ter a menor noção da dimensão de que nada resta da estrutura, quando se retira dela o chão.


Este homem descobriu que há muito mais segurança na escolha de trancafiar a expressão de seus próprios sentimentos, não em caixa ou prisão alguma, senão dentro de si mesmo. Em tão obscuro lugar, quem poderá encontrá-los? Reaquecê-los? Questioná-los? Danificá-los mais?


Daí que este homem descobriu que fincar seus pilares em natureza morta e em pré-desesperanças, e não em vulneráveis e falíveis, pessoas, o salvaria mais certamente de fazer a temível viagem de volta do inferno. Agora que já o atravessou, e foi com suas “malas e viagens” para a caverna mais longínqua de lá, exausto, acampou-se. Apagou sua própria lâmpada - o que o tornou um qualquer - não porque sonhara desde a infância em desperdiçar a existência de tal forma, mas para proteger-se da própria visão que teria dos escombros, das correntes, dos ossos de outros que já foram como ele, fazendo-lhe colchão, companhia, predições.

Justo.

Mas o Amor, a Alegria, o Companheirismo e o Nada são a mesma coisa, se você guardá-los no mesmo lugar. E, embora este homem se tenha guardado dentro do inferno que está dentro de si mesmo, de forma que não haja grito diante de Deus que tenha força suficiente para trazê-lo de tão longe, este homem anda por aí. E ele cativa pessoas com os talentos que adquiriu para as coisas seguras, como o próprio trabalho e sua máscara social – que só traz a ganhar, para quem a desenvolver com malícia – não, “maldade” - na medida ideal.

Quem pode condená-lo?

Quem pode, dentre nós, contar uma história de alguém que foi levado ao tribunal pelo que ‘deixou de’ fazer e, assim, ter destruído a integridade do invisível, da alma – da química – que é de outrem?

E quem pode, dentre todos, condenar este homem que des-amou, com direito, o ato de amar; que desacredita em esparsas alegrias e não admite prostração diante do sofrimento por um segundo sequer, já que a razão que o ocupa inteiro torna tudo indolor pelo fato de que “tudo passa?” Ele dá lugar à euforia sob circunstâncias favoráveis a ela, e é, nalguns mundos, o que mais faz alguns se prostrarem, pelos comentários somente depreciativos que faz e pelas proteções que não oferece a quem esperava somente nele. Ele acoplou plenamente seu companheirismo à sua própria impermeável e genial máscara social que oferece, oferece, oferece, mas nunca precisa.

E quem pode corrigir este homem, que passa como um nada às pessoas que mais precisavam que ele tivesse coragem de fazer, com a ajuda de Deus e de um conhecedor profissional das perspicácias das sinapses e associações da mente (é, um psiquiatra), o tortuoso caminho de volta de seu próprio inferno - que ele acredita serem os outros, segundo a ironia de Dante?


Qual Deus pode condenar este rico miserável, que ainda se passa pelo próprio diabo quando alguém que ainda o quer ousa visitá-lo em seus escombros malcheirosos, escuros, obtusos...?

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Estou fazendo o caminho de volta do meu próprio inferno, pra viver tudo e contribuir para que os meus vivam também seu próprio máximo

e isto já é duro o bastante pra mim.



(...)

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Renascimento

Quem merece ser temido, não se deve correr o risco de amá-lo.
E quem merece ser amado, por que se o deve temer?...


Medo e Amor não moram juntos.

Um deles, terá que se mudar - ou até mesmo, morrer.
(pra quem ama, ou pra quem teme, isto tanto faz.)

Importa
é que haja fim da discussão interna.


(...)

segunda-feira, 13 de julho de 2009

sem rascunho

porque hoje não dá tempo.

Eu acordei desesperada as sete e pouco da manhã, com a agenda da semana por escrito debaixo do meu travesseiro.

Graças a Deus, que inventou o arquiteto, a cozinha fica no caminho da sala do computador. Enganchei algumas coisas de comer nos dedos, nos braços, e vim - pá.

E organiza, e pesquisa, e tem retorno, então reorganiza, faz outras pesquisas e envia, recebe retorno e se reorganiza, pesquisa uma terceira coisa pela primeira vez e a primeira coisa pela terceira, fecha uns negócios em prol do negócio que se está empreendendo, deixa outro negócio no ponto extremo da bifurcação - amanhã, isto SERÁ resolvido - e retoma a segunda pesquisa, envia dados e recebe retorno pra reorganizar o trabalho que é em grupo, conversa com quem entende do assunto por email e por msn e por telefone simultaneamente pra organizar o trabalho que é "sozinha" e não fazer doidices de principiante ansiosa (e, por que não, prepotente).

Mas por que raios me deu fome?...

ah, sim. Porque são duas e meia. Às três, devo estar perto do Aeroporto de Congonhas, pra bater um papo com meu alter-ego ainda externo, Dr. Celso (brilhante). Saio cansada, o que é extremamente positivo mas não deixa de ser desagradável. Dirijo feito uma retardada não porque tenho pressa, mas porque estou assim.

Acelerada.

Chego em casa, volto pro micro e organizo outro trabalho, empreendo outra coisa para o negócio individual, recebo uma resposta do trabalho em grupo que exige pensar em outra solução, e a proponho. Aguardo. Converso com um amigo do trabalho em grupo que é entendido no software X e em drivers e em outras coisas que pensei que me seriam pra sempre, sânscrito, para o meu negócio individual. Recebo orientação sobre outro equipamento, retorno do vendedor do Mercado Livre, e do outro, e mando os emails mas também telefono. Já dancei no ML com essa coisa de só mandar o email, não ter resposta nunca, e depois ser qualificada negativamente porque eu que "evaporei".

Nos telefonemas, estendemos a conversa em termos técnicos e aprendo mais coisas sobre o negócio individual. Enquanto isso, o trabalho em grupo que finalmente tinha se organizado para data e horário Y exige que a organização pra semana, recomece.

O estúdio de ensaio não tem mais Y disponível.

Mas que droga!!! Por que me deu fome???

São oito da noite e eu tenho que devolver um equipamento gentilmente cedido por um amigo, na casa dele, e também levar os Mini DVs dos shows do final de semana, pra transcrição em DVD, na Saúde. Ou já é Jabaquara?

É longe.

Dirijo na volta feito uma retardada, porque são dez horas da noite, eu ainda estou com fome e preciso ver se um contato de trabalho, desaparecido misteriosamente, deu as caras depois de 4097382 recados que deixei em todos os meios que você puder imaginar. Preciso também remontar o cronograma de dois dos três trabalhos coletivos. Esqueci de pesquisar preços da sugestão dum amigo entendido, sobre outro equipamento do trabalho individual, e tomar um banho, jantar enquanto meu cabelo seca pra dormir num horário que me permita render amanhã tudo que posso, e então

no farol da Vergueiro com a Luis Gois

a pessoa do carro logo à frente viu uma arma de fogo batendo em seu vidro
e eu não sei mais o que houve, só sei que houve tudo em silêncio
porque eu abaixei a cabeça com medo do que poderia assistir.


Olhando pras minhas próprias pernas, com a cabeça enterrada no volante
eu só via os olhos de Luna brilhantes, felizes
quando eu a puxasse de conchinha até mim, pra gente dormir.

(...)

sábado, 4 de julho de 2009

Centésima visita

É só o MEU blog que trava na centésima visita, há dias?

Mas que droga!!!

Eu quero me sentir popular!!!!!!!!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Como sempre foi

*** Seja o que você quiser ter. ***


Por que não expurgar da vida os valores que, a despeito de serem bem-vistos, ainda não fizeram nada por você, além de aliviar-lhe a consciência?

Permita-se. (homeopaticamente)

Por que gastar madrugada lembrando de ex-gente que não te deu atenção o dia todo (e há dias... dias...)?

Dê todo seu valor só ao que tem valor.

Por que não ter medo de homens que não precisam de médicos e não gostam de cachorros?

Corra.

Por que perder sonhando, em hora útil, um tempo que se pode ser investido em realização?

Sai do msn e vai trabalhar.

Por que, meu Deus, POR QUE levar tristemente uma vida que é tão curtinha, tão sem sentido e, não-raramente, tão freqüentada por gente idiota?

Liga praquela pessoa que você não deveria ter deixado ir.
Apaga metade da agenda do seu celular.
Não abuse de medicamentos e drogas depressoras.

Por que não fazer carinhos sem medo e com verdade, já que daqui a uns 100 anos não nos restará os cabelos, o rosto, os ossos e o orgulho?

Brilhe.

*********************

Se não possui suporte para conseqüências, não empreenda. Desintegrei-me, nos últimos quatro anos, por auto-proteção. Caminhei em círculos, sem envolver, nem me envolver. Apenas carências patológicas eclodidas. Pouco abracei, pouco me declarei, pouco exigi. Pouco trabalhei, pouco estudei, nada arrisquei. Assim, pouco fui mal-interpretada, e pouco fui recusada.

Mas totalmente, frustrada.

Agora eu quero que se dane.



Como sempre foi.


(...)

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Colapso

(enfiada num monte de almofadas. Olhos inchados, fechados. A cabeça enterrada entre as mãos. Se não aconteceu nada, sobre qual coisa se vai conversar?)
- É uma noite sem lua e sem estrela. Sabe um vale que se forma no vão entre duas paredes de pedra? Mas nem perde seu tempo. Olha pra cima: não tem fim. Não sonha em escalar, em voar.
- O que tinha lá em cima?
- Luz. Gente bem vestida, vozes. Música. Calor. Luz, luz em todos os lugares. Está tudo bem feito, colorido, e as pessoas não páram de falar umas com as outras. Sorrindo, sempre. Está tudo bem.
- E por que você desceu?
- (...) Era mentira.
- E aqui embaixo, é verdade?
- Também não sei. Mas olha.
- O quê?
- Minhas pernas e braços cortados. Esse sangue, é de verdade. Estou tentando andar. (chora) Só que eu não sei onde é "a frente", e só tem pedras irregulares. Mais caio do que ando. Vou indo cada vez mais devagar porque não enxergo nada.
- E o que tem aqui?
- Pedras irregulares, pedras irregulares e pedras irregulares. Eu tropeço nelas, eu as chuto, eu ando descalça sobre elas, eu dou de cara com paredes delas.
- Elas, sim, são de verdade.
- O meu sangue está nelas, não está?
- Vamos andando?
- Já estou indo. (chora) Não reclama.
- Quer encontrar uma lanterna?
- NEM FERRANDO!
- Não é melhor ver onde está pisando?
- Não, obrigada. Quero continuar só com a mínima noção dessa paisagem horrorosa.
- Então, que você quer encontrar?
- Qualquer coisa diferente disso tudo.
- Como o quê?
- (...) Alguma coisa colorida?...
- Como o quê?
- Não importa. Se eu ficar fascinada com alguma coisa, já tenho combustível pra andar mais um pouquinho.
- Vamos andando.
- (...)
- Achou alguma coisa?
- Pisei numa coisa macia. É uma pele. Tipo uma estola.
- Vai usar isso pra proteger qual parte do seu corpo?
- Dou a mínima pra proteção do meu corpo, agora. Estou fascinada.
- Fascinada pelo quê?
- Pelo fato de que alguém já esteve aqui. (...) É um animal pequeno. Era. Morreu faz tempo. Não tem nem cheiro, mais.
- Então pode ter mais vida, aqui.
- (chora) Morreu faz tempo.
- Vamos andando?
- (limpa as lágrimas) Bora.
- Encontrou mais alguma coisa?
- Espera, droga. Estou me cortando inteira. (grunhe. Vai chorar de novo). Queria um sapato.
- Uma referência.
- Não, um sapato.
- Pro psiquismo, "sapato" significa "referência".
- (...) Eu quero parar de me cortar!
- Mas pra parar de se cortar, tem que parar de andar.
- (...) Posso deitar aqui?
- Não. Vamos andando mais um pouco.
- Merda. (chora)
- Encontrou alguma coisa?
- (chora)
- Vamos andando. Devagar.
- (pára.) Olha.
- Que foi?
- Uma árvore seca. Uma blusa, ou camisa, presa no galho. Coisa de filme. Uma pista.
- Hum, mais alguém esteve aqui.
- Faz tempo. Agora acho que só tem eu.
- Eu também estou aqui.
- E isso não adianta nada. Você também não sabe onde é "a frente" e não me garante que alguma coisa vá ser diferente dessas pedras.
- Dessa vida sem sentimento.
- Dessas pedras.
- Pro psiquismo, 'pedra' representa 'ausência de sentimento'. Vamos andando.
- (chora)
- O que foi?
- Eu quero deitar um pouco. Posso continuar amanhã?
- Pode.
- (chora) Eu tenho medo!
- De alguma ameaça enquanto você dorme?
- Se alguém me destroçasse enquanto durmo, não sabe o favor que me faria. Eu tenho medo é de amanhã querer deitar de novo, até depois de amanhã.
- O que é mais difícil, ao caminhar?
- Falta de perspectiva. Falta de garantia. Falta de certeza de que exista algo diferente disso aqui (aponta à volta).
- Se ficar aí, temos certeza de que não vai existir, mesmo. Se você continuar andando, tem chance de que exista.
- Mas não tenho garantia.
- Não temos.
- (chora).
- E onde você vai deitar, se é tudo cortante?
- Tateei um canto, tirei os pedregulhos. Eu caibo aqui. (se encolhe).
- Tira uma foto desse momento exato. Vamos retomar deste ponto, depois que você descansar.

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- (...) mas tem uma menina, enfiada num poço, gritando o tempo inteiro. Eu sustento essa cara de parte integrante da sociedade, e faço sucesso. Mas ela já perdeu as unhas nas paredes. Ela, as roupas dela e a boca, têm a mesma palidez.
- Paredes de pedra?
- É.
- Iguais às do abismo.
- Sim.
- Posso falar com ela?
- Se conseguir fazê-la parar de gritar, vá em frente. (fecha os olhos)
- Oi.
- (...)
- O que foi?
- Ela não fala. Quase morreu de susto com você.
- Mas parou de gritar.
- Parou tudo. Até o coração.
- Estou jogando uma corda pra ela.
- (...)
- E então?
- Ela não quer subir.
- Por que não?
- Porque a vida dela é essa.
- Do que ela precisa?
- De tudo que ela tinha. Calor. Perspectiva. Esperança. Segurança.
- E por que ela não sobe? Podemos oferecer isto pra ela, cá em cima.
- Desculpa, mas ela está gargalhando neste momento.
- Desce e vai buscá-la.
- (...)
- Chegou?
- (chora) Ela me agrediu. (chora mais ainda) Como eu posso ajudar alguém que quer ficar como está?
- Ela te deu veneno?
- Ela me bateu! Parece que a ameaça, sou eu!
- Ela sente, você pensa. Ela não quer ficar como está. Só que ela não acredita que possa ser diferente.
- Por que ela desceu, maldita? (limpando o sangue, encarando um bicho)
- Talvez porque aqui em cima fosse tudo mentira, pra ela.
- (...)
- E então? Como está?
- Ela se desarmou. Eu vou levá-la pra cima.
- E o que você pode oferecer pra ela?
- (...) (...) (...) companhia.
- E o que mais?
- Mais nada. Eu mesma não tenho mais do que isso. As garantias, a esperança, a segurança e o escambau de que ela precisa, eu também não tenho. Vamos achar por aí.
- Se andarem por aí, vão achar.
- Ou não.
- Ou não. Mas se não andarem, com certeza não vão achar nada. Se andarem, ainda têm chance.
- Ela desaprendeu o português, de tanto não falar. E não pára de olhar tudo. E eu vou olhando pra frente, praticamente arrastando-na.
- Pelas mãos, pelos cabelos?...
- Não. Ela está agarrada em mim. Descabelada, sangrando, roupas velhas e rasgadas. Muda e descrente.
- Desconfiada.
- De tudo. Ela é pior do que eu.
- Ela é você.
- Não. 'Eu' estou indo em frente.
- Não. 'Você' está deitada nas pedras. Você está num vale, ou num poço ermo e solitário gritando, e não quer mais nem tentar se explicar. Só se expressa. Só grita, arranca as unhas e a pele nos seus próprios sentimentos amortecidos. Vamos agora andar agarrada à sua parte consciente - essa que se desenvolveu forçosamente nesses últimos anos. Você irá um pouco mais em frente, amanhã. E um pouco mais em frente,
depois de amanhã. Até encontrar alguma coisa colorida.
- (...) Onde é "em frente"?
- Onde você determinar.
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(...)

quinta-feira, 25 de junho de 2009

"Eyes without a face"

Voltando da prova do vestibular (sem comentários, nem pra esta manhã, nem pra noite que a antecedeu), escutei pela infinitésima vez esta música do Billy Idol.

Ostra que sou, pela primeira prestei atenção ao nome dela, quando o locutor teve a presteza de informar.


Todos já pensamos em rosto sem olhos,
mas em "olhos sem rosto"?


Deve ser encantador e desgastante conviver com Billy Idol.

Encantador, assim como é conviver com algumas poucas pessoas que pensam fora do quadrado.

Desgastante, porque se você não viver também caminhando fora dele,
logo vai se tornar só mais um desinteressante.

... e Billy vai te deixar.

(...)

terça-feira, 9 de junho de 2009

Super-Herói

Minha mãe não tem música. Não tem poesia, não tem um verso sequer.

Quando ouço Celine Dion, Because you loved me, ligo pra ela de onde estiver, pra que ouça comigo.

Quando leio sobre definições de amor utópico, copio e colo num email, e mando pra ela. Não sou muito de melar. Escrever longas cartas, fazer declarações... é meu jeito. Eu gosto, é de Verdade. Romantismo me deixa nervosa. Parece maquiagem.

Perguntei ao meu amigo Cassio o que é que se dá de presente a um Super-Herói; a alguém que tenha interferido em 'tal' momento da nossa vida, de 'tal' forma que, depois daquilo, ninguém a nossa volta possa negar: "não tivesse sido aquele herói, não haveria mais história pra viver. Só pra contar."

Ele sugeriu: um presente eterno.

Na ocasião do 54o. aniver da mulher da minha vida, como ela não é de ferro, ganhou também umas bobagenzinhas para uso pessoal.

Mas como até Jóias, se pode perder por aí...

o presente eterno que dei à minha maior Inspiração, foi dor.

Dessa vez, dor só em mim,
pra que Ela seja lembrada ainda mais vezes,
por ainda mais gente.

Por mais de 1350 dias de abraço ininterrupto, na noite mais escura de nossas vidas e perplexidade diante de questionamentos obtusos ("como é que se anda em linha reta?"), não preciso conhecer de tudo pra jurar por Deus que

minha mãe não tem música. Não tem poesia...


não existe um verso sequer que a mereça.


domingo, 7 de junho de 2009

Prazer; sou Dona Placa

Estava eu, nada bela num final de tarde de sexta-feira depois de duas horas e meia de trânsito, e nada faceira (= presa no trânsito.)

No túnel Ayrton Senna, os carros desligavam os motores, evitando o suicídio coletivo a que estávamos prestes. Minha alegria: uma placa, simples, pendurada na parte superior. Uma seta simples, que indicava "adiante", com os dizeres:
_______________________
(seta) Juscelino Kubitschek
----------------------------------------

Mas, me diga você.

O que faríamos todos
se na placa estivesse escrito:

___________________
(seta) Puta que o pariu
----------------------------------

???


"Ah, não. 'Pqp', não. Engatar ré. Ativar asas."

**********************************

É, Dona Placa que vá fazer Terapia, mas ela sobrou. De fato, sobrou.

Se você fosse o Analista de Dona Placa, o que sugeriria?

**********************************

Pense num caminho escuso que liga Mairiporã de volta à Fernão Dias, depois de se ter entrado por uma vicinal sinistra. A cada 15km, surge uma placa ao longe. Beem ao longe!... você quase quer chorar, até se aproximar o bastante pra conseguir ler:

________________
"Estância Coração
---------------------------

Quando, sabe Deus ou o Destino "como", lê-se 'Fernão Dias - sentido São Paulo' nalguma delas, você obedece loucamente. Nada mais importa. O celular toca. No visor: "Homem da sua vida".

Agora você vai esperar, meu filho.

E eis que a hora chega. Sempre chega, o tal momento em que você pode optar pela esquerda, pela direita ou por meter o carro no muro à frente. Não havendo novas regras, a gente segue as antigas.

Mas dependendo da última orientação que recebeu, e seguindo adiante, o tio do seguro não vai entender que você é um Caxias maldito que se impediu de fazer uma escolha de vida por sua conta e risco.

Então você opta, claro, pela que não é.

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Por que Dona Placa não procura um lugar onde ela vá ter valor?

(...)

terça-feira, 2 de junho de 2009

Agosto de 2005

*** Tem acontecido muito, ultimamente. Acordo com a boca aberta, e a famosa ‘baba’ me falta, tanto no travesseiro, quanto dentro da própria boca. Calculo que passei bom tempo fazendo respiração bucal, ao concentrar-me nos pontos onde deveria haver glândulas salivares ativas. Conclusão imediata: em todos, elas parecem ter se atrofiado. Toco minha própria língua com os dedos, e sinto a pressão nos dedos, somente. ***

Certa madrugada, cheguei a levantar pra buscar um copo d’água, a fim de aliviar a sensação de morte da carne dela. Insensível. E uma língua insensível é como todo um corpo morto: inútil.A água escorregou para a garganta como se passasse por uma pista de plástico. Desesperei. “Nunca mais vou sentir gosto. Temperatura. Pressão”. Havia agora uma bola de tênis aveludada dentro da minha única boca. Expus o músculo intra-bucal, e estapeei. Alonguei, empurrei, torci, umedeci outra vez.

Ele nem se abalou.

Alguma das glândulas apresentou-se, e a ptialina voltou, devagar, a permear minhas bochechas, meus dentes... e, por fim, a bendita língua, atleta passiva da questão. Dentro de minutos eternos, eu voltei a sentir a superfície dela, tendo aprendido que ela pode, de fato, não ser nada frágil...

desde que eu a mantenha protegida no abrigo onde a natureza a colocou.


*****************************

Aconteceu muitas vezes, e não só ‘ultimamente’. Adormeci e acordei com o coração sobre meu próprio peito; poucas vezes, batendo; nas demais, se debatendo. Qualquer brisa o fazia tiritar de frio. Um raio de sol que ainda ameaçava amanhecer, já o queimava todo. Que dirá, os dias de rígido inverno, e as horas de sol a pino, em pleno dezembro!...

Ele nunca se contentou em saber o que viam os olhos e ouviam os ouvidos – estes, sim, criados pra funcionar plenamente aqui fora. Não acreditou, e quis ver; quis ele mesmo ouvir, e pagou pra saber até que ponto poderia sentir, duvidando que “tardes demais’ existissem...

e sem previamente consultar um Meteorologista.

Tarde demais, na longa noite durante a qual o choro costuma durar, busquei água a fim de aliviar a sensação de morte da carne dele. Insensível. Um coração insensível é pior que um corpo morto: obriga o corpo inútil que o comporta a se fazer de vivo.

A água fugiu para as bordas como se escorresse por uma bola de plástico. Desesperei. “Nunca mais vou sentir. Não tudo” – sentenciei. Havia agora um metrônomo metálico tinindo dentro do meu peito. Abracei minha própria caixa torácica. Nem precisava curar. Eu conhecia minhas limitações e (de)méritos. Anestesia. Entorpecentes. Bastavam.

Busquei outras fontes de calor, algo capaz de derreter aquele metal no qual o coração se envolvera pra sobreviver nessa selva aqui de fora – quem o jogou pra virar-se nela, senão ele próprio?

Alonguei, empurrei, torci, umedeci outra vez.

Ele nem se abalou.

MAS... (Como são felizes as más histórias, depois do “mas...”!)

O Tempo, além de sábio, é também misericordioso. E, embora as marcas negativas frutifiquem até o fim de seu ciclo, Ele não nega novas chances; o mesmo Tempo que nos pré-ocupa com o que o futuro há de trazer, é também o grande responsável por nos ajudar a deixar até as coisas de que nem lembramos mais, mas ainda estão ali, impermeabilizando e reabrindo uma velha ferida; enquanto dormimos, enquanto sonhamos acordados.

E o Tempo, além de sábio e misericordioso, é o Pai da Criatividade.


(o final desse texto, só pra quem viveu.
O próximo final, quem sabe?)

(...)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Divã

Durante o dia inteiro, meu celular deu-se a graça de tocar duas vezes.

No cinema, tocou três.

É só comigo?...

("a lei de smurf me pegou de jeito!" - Marco Luke)

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Gostei de "Divã". Um amigo havia dito que assistiu três vezes, e não quis me explicar o porquê.
Mas um festival de sorrisos de Gianecchini explica tudo, meu bem. De onde viemos, para onde vamos...

Eu gostei. Não adorei. Muito menos, amei. Gostei. Um mar de chavões e pieguices que é bom encarar no escuro, de vez em quando, pra humanizar algumas partes.

"... e, se eu tive problemas, por falta de felicidade é que não foi."

(...)

domingo, 31 de maio de 2009

Reflexões do Findi

Toda vez que observo uma garota que tem repentes de comportamento efusivo iguais aos meus, o primeiro pensamento que me ocorre:
- Coisa ridícula. Nem começou a balada, essa menina já está bêbada.

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Eu tô numa fase de "Rei na barriga" em que não tropeço nas coisas.
São elas que se jogam na minha frente.

(Me dê este tempo de superproteção. Foram quase 4 anos com todo o conjunto de egos, exposto).

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Eu descobri (!!!!!), na última sexta-feira, que ir à balada trajando corpete de mulher-gato é o mesmo que implorar até às mulheres presentes, ao microfone, que digam de você: que linda!...

Simultaneamente, realizei que, se você for a cantora, terá sido a maior merda que você poderia ter feito.

--- (devolvam a droga do meu oxigênio) ---

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É claro que há gente que presta, na balada.
Eu não estou lá??

Mas ainda tenho a impressão de que o homem da minha vida
sempre escolhe os lugares errados.

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Pessoas muito espertas, muito inteligentes e muito talentosas
que só olham pra cima - seus alvos pessoais
e pra baixo - umbigo e próprio órgão
hão de ter uma pessoa em seu enterro.

É.

O coveiro.

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A pressão faz qualquer animal agir instintivamente.
O excesso de pressão faz o homem transpirar defeitos.

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(...)

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Inverno de 2004

Porque esfriou, as pessoas ficaram estranhas. Todos dormiam, no metrô. Era quase 14h. Sempre que o tempo vira, minha garganta arranha (vou contatar Ana Carolina, dizendo que eu a compreendo). Fiquei tentada a reclamar, mas permaneci fazendo esforços pra não me reunir à massa. Fui bombardeada por todos os vizinhos de carteira que não se deram conta de que, se de madrugada armou-se um clima que nos induz à lamentação, deveríamos nos esforçar em dobro pra não nos deixarmos dobrar por ele.

Nem ficarmos assim, estranhos. Estranhos conosco mesmos, insensíveis aos estímulos do ambiente e embrutecidos uns com os outros. E, me reparem: sei observar e criticar, mas não sei por onde se começa a consertar isto ainda no começo do inverno. As meninas usualmente mais chatas estão um nojo só. Os meninos que já são mais folgados estão pedindo pra apanhar. Os professores estão fazendo umas piadas de suicidar, e eu estou rindo alto, do que ninguém mais parece se dar conta.

Como alguém pode levantar outro, estando ele mesmo igualmente prostrado?

Mas estou com medo. Duma bobagem, não me leve a mal. Estou com medo do anoitecer. A luz, quando se vai, arrasta com ela todos os artifícios que me distraem da estranheza comigo mesma. Posso arrumar o que fazer junto a outro “desocupado” que esteja também disposto a adiar seu momento de parada. Posso ler o livro de número 1000. Posso estudar as matérias regulares, posso compôr, posso tocar.

E os instantes que antecederem meu sono não deixarão que ele venha, até que o cansaço físico vença o mental e eu adie, até o próximo verão, as coisas dignas de reclamação que eu critico, mas não quero resolver, dentro de mim.


(..)



Os textos que antecederam Agosto de 2005, não-raro,
são um compêndio de "Comportamentos Auto-destrutivos."

Veja se aproveita alguma coisa deles, conforme estiverem publicados. Não preciso legendar. Se algo lhe servir, isso lhe saltará aos olhos.

Saúde, coragem e oportunidades a todos!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Aniversário de Criança



Enquanto não tenho as minhas,
eu me lembro de outros "partos".

Hoje, a Reduto faz 3 anos. Levou 3 dias pra ser concluída, e vai levar a vida pra ser terminada.
Registro seu aniversário, porque é uma das minhas composições-limite (e porque achei o rascunho numa arrumação, há poucos dias. Eu não teria decorado).

Será parte do CD "Natural", que está em processo de ensaios para a gravação.

Homenagem à Joelma,
p. musicista
que coloca a Reduto em sua lista de músicas preferidas do Orkut! (huaaaaa... que honra!)

E, é claro, à pessoa que a mereceu, e me perguntou se a letra não teria sido um exagero.
Pra quem pensa, ela é. Mas não pra quem sente.

Link para ouvir a gravação-guia (voz e piano), se puderem perdoar como eu cantava há 2 anos,
e também, imaginá-la um pouquiiiinho mais acelerada:
(...)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Rastros

A flor continua bela
- de certo modo, mas bela -
e ainda exala um perfume
um mês depois de morrer.


E há cacos nos cantos escuros
que aguardam, vis, traiçoeiros
bem muito depois de um mês
onde se quebra um cristal.



Sabe-se muito sobre alguém
com quem se esteve,
quando já não se está mais.


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Extrovertido função principal 'pensamento', função auxiliar 'intuição', função menos utilizada 'sentimento'.

As pessoas deste tipo usam o pensamento para controlar as pessoas que as rodeiam. Gostam de executar coisas e de fazer planos a longo prazo. Confiando no pensamento, mostrando-se lógicas, capazes de crítica objetiva, analítica e incapazes de serem convencidas por argumentos que não sejam lógicos e racionais. Tendem a focalizar a atenção nas idéias e não nas pessoas que estão por trás das idéias. Gostam de pensar nas coisas a longo prazo, fazer planos e programar as etapas e operações relacionadas com um projeto qualquer, fazendo esforços sistemáticos para que seus objetivos sejam alcançados nos prazos que se fixarem para si mesmos.

Não tem muita paciência com confusão e ineficiência, e podem mostrar-se bastante duras e inflexíveis quando a situação exige. Acreditam que o comportamento das pessoas deveria estar baseado em regras lógicas, e tendem elas mesmas a se comportarem seguindo regras lógicas. Geralmente baseiam suas regras lógicas em um conjunto de regras bem definidas, conjunto este que contém seus postulados básicos sobre o mundo e a vida.

Qualquer mudança em seu comportamento tem que ser procedida por uma mudança deliberada neste conjunto de regras. A principal motivação destas pessoas está em enxergar as possibilidades existentes além do presente, óbvio e conhecido. Sua função auxiliar, a intuição, tende a aumentar seus interesses intelectuais, sua curiosidade pelas idéias novas, e seu gosto por problemas complexos.

Estas pessoas raramente se sentem satisfeitas em um tipo de trabalho que não utilizem a intuição. Os problemas tendem a estimulá-las e portanto encontramos freqüentemente pessoas deste tipo em funções executivas, nas quais podem encontrar e implantar soluções inovadoras. (Ninguém considera as “artes”. Mas, vamos em frente.) Já que sua atenção está focalizada no quadro mais amplo e mais geral, tendem a negligenciar a importância de certos pormenores. Preferem trabalhar junto com outros que, como elas, confiam na intuição. Tendem a subestimar certas realidades e geralmente precisam ter junto de si pessoas dotadas de sólido bom senso que lhes mostrem facetas negligenciadas, e que se responsabilizem por detalhes importantes que devem ser levados em conta.

Da mesma maneira que os outros tipos de psicológicos que enfatizam a tomada de decisão, correm o risco de decidir um tanto rapidamente, sem ter antes examinado cuidadosamente o problema. Por isso é importante que elas aprendam a fazer uma pausa e ouvir a opinião de outras pessoas, especialmente daquelas que não estão em posição muito favorável para dizer francamente o que estão pensando. Isso provavelmente não será fácil para eles. Se não fizerem, porém, correm o risco de chegar a decisões precipitadas, sem que todos os fatos relevantes sejam tomados em consideração e sem levar em conta o que os outros estão pensando ou sentindo.

As pessoas deste tipo psicológico precisam fazer esforços para aprender e levar em consideração a importância dos sentimentos. Acostumados como estão a confiar em sua maneira lógica e racional de encarar problemas, não costumam valorizar sentimentos - coisas que têm valor para outras pessoas. Se esta tendência for elevada a extremos, os sentimentos ignorados vão provavelmente acumular uma pressão cada vez maior, podendo irromper de modo não muito apropriado. (Alguém quer um pouco de síndrome do pânico?...) Embora sejam muito bons para ver o que é ilógico e inconsistente, provavelmente precisam aprender a arte da apreciação de outras pessoas, já que uma maneira positiva de exercitar os sentimentos é saber apreciar e dar valor aos méritos e as idéias de outras pessoas. As pessoas que aprendem a tomar como regra dizer às outras aquilo que estão gostando, e não simplesmente aquilo que deve ser corrigido, logo irão verificar que os resultados serão muito gratificantes, tanto em sua vida profissional quanto em sua vida particular.

Pensamento Extrovertido com Intuição Auxiliar - E Os In (???)
Palavra chave: Comando
Necessidade de dirigir e estruturar. Aceita mais o pensamento empírico e não tolera a ineficiência. Ciências Exatas, gerente, comunicador, administrador, professor de educação especial, terapeuta ocupacional, cargos de direção e militar de altos escalões.
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Em poucas:
Eu sou um monstro avoado
que precisa trabalhar com monstros que me puxem ao chão
e de amigos amorosos que me ensinem a viver.